Eu sempre falei que não queria ser igual o Rei Roberto Carlos e ter um milhão de amigos, eu sempre preferi cultivar boas amizades. Nunca fui o tipo de garota que gosta de ser assunto, quero passar despercebida, uma amiga costumava dizer que eu era ostra e que só poucos conheciam, de fato, a pérola que existia dentro desse meu lado ostra, ela ainda dizia que eu vivia numa bolha, eu observava, conhecia gente, ouvia gente, mas nunca falava de mim. E, ao contrário do que possa parecer, isso sempre foi algo de que me orgulhei.
Só que ninguém é de ferro, e, vez em quando, eu queria ser ouvida e não só ouvir todos os problemas do mundo e, deixa eu contar, eram poucas vezes mesmo. Mas as pessoas tem a tendência de só querer falar, de não se importar se a sempre boa ouvinte quer dividir alguma coisa. E eu me fecho cada vez mais. E, agora, não me arrependo. Por mais que seja dolorido não poder compartilhar pequenos atos e fatos, eu aprendi a contar com quem realmente posso, com realmente bem me quer. Com quem vai pensar em mim antes de falar qualquer coisa, seja por bem, seja por mal. Com quem me conhece plena e sinceramente.
Crescer dói. "Se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição", essa sempre será a frase que me define. A vida é feita de escolhas, fiz as minhas, arco com as conseqüências. E essa é versão final da minha própria história e da nova fase que vou viver. Com quem se interessa por mim, com quem me faz bem, com Deus e para Ele.
FIM.