Por Sara Martinez
PS: Martinez. Sobrenome que desde o dia 15 de novembro carrego comigo. Não só num papel ou numa aliança. Mas numa parceria real e sincera, cheia de altos e baixos, verdades e dores, amoras e amores.
Já passei por tanta coisa, já fui traída, já fui amada, já fui mal falada, já fui apaixonada e um tantinho apaixonante, já fui só sorrisos para quem não merecia, já fui injusta com quem me queria bem, já fui errada e errante, já fui uma leitora de coisas (des)interessantes, já briguei na rua com homem grande, já tive uma paixão de criança que durou anos e, hoje, encontrei o homem que vai me aturar por anos, já cantei e desafinei em lugares gigantescos, já desafiei gigantes e anões, já quebrei o pé brincando de pega-pega, já falei a verdade mesmo pra gente que nega, já escalei armário e árvore, já comi vinte pãezinhos numa só tarde, já perdoei e fui perdoada, já fui no estádio e encontrei noventa reais, já fui em tantos lugares e fiz tantas coisas que já nem lembro mais...
Hoje sou um pouco disso tudo, sou um tantinho disso e daquilo, de todas pessoas, boas ou más, que passaram por mim. Hoje eu sou tudonumacoisasó.
PS: A estrada sempre vai além... assim como nós, meros mortais.
sentimento
sentido
sem sentido
sexto sentido
há sentido?
só sentindo...
***
porque não é para tudo que eu sinto que eu encontro sentido
e o sentido dessas coisas sentidas não é um sentimento
assim fácil de se encontrar
quem dera eu tivesse aquele tal sexto sentido
pra encontrar significado no que sinto
mas será que tudo isso faz sentido?
só sentindo para ser e saber...
Era noite. E já era bem tarde. Depois de um cinema, as conversas deram espaço a sorrisos, risadas, olhares e confissões. Dois seres humanos pateticamente sozinhos, bom amigos e grandes companheiros perceberam que, enfim, o que todos diziam poderiam sim ter um tanto de verdade. Mas quem daria o primeiro passo? Ele já havia declarado há tempos: não sabia tomar iniciativa. Ela nem sabia como começar algo assim. Era bom, então, as coisas acontecerem naturalmente. Clichê básico e extremo. Mas era assim que tinha que ser. E foi.
Depois de três horas ou mais de "blá, blá, blá", mãos entrelaçadas, olhares que se perdiam e se (re)encontravam a todo instante, sorrisos bobos (antes bobos e sem-graça, naquele momento bobos e apaixonados), a frase, enfim, saiu. Ele já não queria ser assim-assim apenas amigo, queria mais. Ela tinha medo, triste que era, tinha medo de sair da comodidade de sua solidão e investir em algo novo, que sim poderia ser bonito, mas ainda era novo e ela teme novidades...
Depois do tal pedido (que nem foi tão direto e sim algo mais ou menos assim: "se eu te pedir pra namorar comigo?"), ela pede um tempo. Pra pensar, pra rever conceitos, pra perder o medo, pra (re)pensar, pra ter certeza. Ele diz que espera por ela o tempo que for preciso. Daí já é possível imaginar. Mas, para aqueles que ainda não dão espaço aos sonhos, eu explico: uma semana depois, ela diz sim. Sim para o amor que cresceria, sim para as alegrias que compartilhariam, sim para a vida que ela sempre sonhou ter e que não pensava conseguir tão cedo, sim para as tristezas e vitórias do caminho que juntos trilhariam...
Dois anos depois, dois dias dos namorados juntos, dois aniversários dele, dois dela, um cachorrinho que já é quase um filhinho, planos que não são mais dele ou dela e sim dos dois juntinhos, idéias que os fazem perder o chão, abraços arrebatadores e beijos que selam um só amor, eles se preparam para tomar um passo maior...
(Continua...)
PS: Porque ele me faz bem, tão bem...
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"Eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor..."
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Originalmente postado aqui...