terça-feira, 25 de junho de 2013

Dos dias cinzas

Das verdades tardias que doem. E das feridas que demoram pra fechar, mas que cicatrizarão um dia, quiçá. Dias cinzas são feitos de coisas assim. São feitos da espera da dor passar, são feitos das lágrimas que rolam pela face.

Os dias cinzas são complicados porque estão bem no meio. Não são brancos ou pretos, são simplesmente dessa cor-quase-cor. E ela gosta dos extremos. Que seja dia ou noite. Que seja sol ou temporal. Mas um dia cinza sem qualquer emoção faz o coração apertar, traz à memória todas as coisas que não foram e aquelas que deixaram de ser naquela tarde de junho.

Depois da tempestade, vem a bonança. Depois de um dia de sol e chuva, tem o arco-íris. Mas o que vem depois de um dia apenas cinza? O que vem depois de um dia quase sem cor? Talvez todos os “e se...”. E se o sol sair? E se a chuva começar? E se o dia melhorar? Pena que não dá pra viver de possibilidades. A vida real acontece enquanto o dia cinza não clareia nem escurece. 


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"Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja"
(Marcelo Camelo)

Um comentário:

Julio Melo disse...

Então, engraçado, parece que para os brasileiros "cinza" tem o mesmo sentido de "blue" para o resto do mundo: (I Guess That's Why They Call It The Blues).

Já o nosso "azul" parece ser uma coisa boa.

Atravessando uma tempestade a gente sempre busca a terra firme.

Na verdade eu estou tentando entender a sua última frase... é estranho não saber do que se trata.