quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Passado, presente, atos e fatos...


Já passei por tanta coisa, já fui traída, já fui amada, já fui mal falada, já fui apaixonada e um tantinho apaixonante, já fui só sorrisos para quem não merecia, já fui injusta com quem me queria bem, já fui errada e errante, já fui uma leitora de coisas (des)interessantes, já briguei na rua com homem grande, já tive uma paixão de criança que durou anos e, hoje, encontrei o homem que vai me aturar por anos, já cantei e desafinei em lugares gigantescos, já desafiei gigantes e anões, já quebrei o pé brincando de pega-pega, já falei a verdade mesmo pra gente que nega, já escalei armário e árvore, já comi vinte pãezinhos numa só tarde, já perdoei e fui perdoada, já fui no estádio e encontrei noventa reais, já fui em tantos lugares e fiz tantas coisas que já nem lembro mais...
Hoje sou um pouco disso tudo, sou um tantinho disso e daquilo, de todas pessoas, boas ou más, que passaram por mim. Hoje eu sou tudonumacoisasó.

PS: A estrada sempre vai além... assim como nós, meros mortais.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Vinte e dois anos...


A menina de cabelos cacheados com tons vermelhos há alguns belos anos tem belos motivos para sorrir. Menina sapeca, levada da breca que sempre foi, conseguia levar seus pais à loucura com as bagunças que, juntamente com seus hermanos, aprontava. Menina de sorriso pleno, de sapatos vermelhos com macacão azul (como as mães conseguem essas proezas com os bebês, não é?). Conforme foi crescendo, o sorriso pleno teve variações: foi torto e metálico, foi amarelo e bonito, foi simples e 'sofisticado', mas nunca, nunca foi falso. E não que ela fosse a alegria em pessoa sempre, ou tivesse uma alegria integral, não, não era bem assim. Ela teve altos e baixos. Ela teve variações de humor durante o mesmo dia (e, vez em quando, durante a mesma hora). Ela brigou, chorou, se despedaçou. Ela teve amigos. Verdadeiros, que mantém até hoje, amigos poucos tão chegados, tão próximos e queridos que ela pode contá-los com os dedos das mãos e são irmãos que ela pôde escolher. Falsos, alguns que ela não gosta muito de lembrar, mas que, sim, fizeram e, de certa forma, sempre farão parte de sua vida (hoje) colorida.
E percebam: Vida hoje colorida. Porque antes a menina vivia num mundinho preto e branco, sem cor alguma. E, tenham certeza, ela procurou motivos e cores para alegrá-la. Ela até achou que tivesse encontrado alguns pares de olhos bonitos para colorirem sua vidinha, mas foram anos e anos tentando, em vão (ou não), encontrar algo que realmente a completasse.
Nessa caminhada, ela descobriu a si mesma em várias pessoas e várias fases. Nessa caminhada, ela (re)inventou poesias, prosas, sonhos, canções e afins. Ela se (re)conheceu em cada novo livro, em cada nova cor de cabelo, em cada possível-novo-'amor', em cada novo estilo, em cada sorriso. Nessa caminhada, ela descobriu que a vida para ela está só começando. E recomeça a cada novo dia de sua vida.
E agora começará uma nova vida bem bonita ao lado daquele que coloriu a vida dela. Daquele que possui os olhos verdes mais lindos do mundo inteiro. Daquele que há quase três anos completa a vida da menina que há vinte e dois anos procura e encontra motivos para sorrir.

PS: Porque dia 24, a menina aqui completou mais um aninho... e uma parte das comemorações foi com bolo de morango e amora!
PSII: O dia, grande dia, está chegando... :)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

História de amor cotidiano


Eles dois já estavam cansados das mesmas coisas de sempre. Das mesmas pessoas e das mesmas bobeiras. Eles já não queriam aquelas pinceladas de tons cinzas no mundo deles, eles queriam se reinventar, se redescobrir um no outro e queriam que o mundo de cada um pudesse ter tons mais quentes e belos. Feito.
Foram passear e resolveram que aquele dia seria o ponto de virada. Já fazia mais de cinqüenta anos que eles estavam juntos e, não sabem o porquê, os últimos meses tinham sido um tanto pesados e chatos.
Passaram em frente ao parque que pela primeira vez se beijaram. Resolveram entrar. Quem sabe lá não estaria a resposta para os problemas pequenos do dia a dia.
Não acreditaram, mas o banquinho onde se sentavam para ler, se abraçar, se beijar e se amar ainda existia. Ele sussurrou para ela alguma coisa como: "Vamos ver se ainda está lá?". Ela duvidava.
Mas ficou pálida ao ver que continuava lá. Do mesmo jeito. Sim, um tanto gasto. Mas o escrito estava lá. "Nunca esquece. Estaremos juntos. Sempre e pra sempre. Te amo, te quero, te cuido."
Se abraçaram e sentaram. O pôr-do-sol nunca foi tão bonito como naquela tarde.

PS: Porque o amor está nas coisas mais singelas. E mesmo que esse casal não exista. Essa história poderia ter acontecido com qualquer um. Em qualquer parque. Em qualquer tempo.

***

Originalmente postado aqui:
http://www.flickr.com/photos/ceplaza/2081097446/

E depois (re)postado aqui:
http://sarafc.zip.net/arch2007-12-02_2007-12-08.html

domingo, 12 de outubro de 2008

Duas formas...

sentimento
sentido
sem sentido
sexto sentido
há sentido?
só sentindo...

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porque não é para tudo que eu sinto que eu encontro sentido
e o sentido dessas coisas sentidas não é um sentimento
assim fácil de se encontrar
quem dera eu tivesse aquele tal sexto sentido
pra encontrar significado no que sinto
mas será que tudo isso faz sentido?
só sentindo para ser e saber...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Confissões - parte 2



Opostos...
Dispostos (até o fim)...


Amar não é só um conto de fadas, cheios de coisas boas, quase como um filme bonito onde o mocinho nunca é o vilão e a mocinha nunca age feito a megera da história. Não é, não. Amar é conviver com os altos e baixos da vida, é lembrar que coisas pequenas podem virar uma bola de neve.
A menina da história aqui soube reconhecer isso nos primeiros meses de relacionamento com aquele moço bonito (aquele dos olhos verdes, aquele que coloriu um mundo cinza). Em primeiro lugar, as diferenças eram tão grandes que eles quase se encaixavam na máxima que afirma "os opostos se atraem", mas eles preferiram se enquadrar na bonita frase "os dispostos se atraem". E aí é que está o segredo. Disposição.
É preciso estar disposto pra encarar as realidades da vida a dois. Os pequenos detalhes, as coisas mínimas que para um significam o mundo e que para outro são coisas mínimas e desimportantes mesmo. É preciso entender que há dias para salto alto, dias para chinelo havaianas, dias para pés descalços, dias de festas, dias de simplicidade e que, vez em quando, um quer uma coisa e outro quer outrav (que, quase sempre, é exatamente o oposto extremo).
É preciso saber a hora de engolir o choro e os berros, mas é preciso saber o tempo certo de extravazar, gritar e, até mesmo, discutir, não é? É.
Até hoje, a menina da história aqui lembra bem de cada vírgula de cada conversa bo(b)a e séria que teve junto com aquele que é e será seu par. Hoje eles já lembram que a vida que eles escolheram viver juntos não será um mundo cor de rosa, e sim algo como uma montanha russa de sentimentos, verdades e emoções...
É preciso isso e mais um tanto de coisas que a menina da história ainda não sabe. Mas são coisas reais, de uma vida real com um quê de "conto de fadas" ou, apenas, um quê de poesia e amor, que ela compartilhará (eternamente) com o seu menino...

(Continua... ainda...)

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"Os opostos se distraem...
Os dispostos se atraem..."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Confissões


Mais uma versão do encontro

Era noite. E já era bem tarde. Depois de um cinema, as conversas deram espaço a sorrisos, risadas, olhares e confissões. Dois seres humanos pateticamente sozinhos, bom amigos e grandes companheiros perceberam que, enfim, o que todos diziam poderiam sim ter um tanto de verdade. Mas quem daria o primeiro passo? Ele já havia declarado há tempos: não sabia tomar iniciativa. Ela nem sabia como começar algo assim. Era bom, então, as coisas acontecerem naturalmente. Clichê básico e extremo. Mas era assim que tinha que ser. E foi.

Depois de três horas ou mais de "blá, blá, blá", mãos entrelaçadas, olhares que se perdiam e se (re)encontravam a todo instante, sorrisos bobos (antes bobos e sem-graça, naquele momento bobos e apaixonados), a frase, enfim, saiu. Ele já não queria ser assim-assim apenas amigo, queria mais. Ela tinha medo, triste que era, tinha medo de sair da comodidade de sua solidão e investir em algo novo, que sim poderia ser bonito, mas ainda era novo e ela teme novidades...

Depois do tal pedido (que nem foi tão direto e sim algo mais ou menos assim: "se eu te pedir pra namorar comigo?"), ela pede um tempo. Pra pensar, pra rever conceitos, pra perder o medo, pra (re)pensar, pra ter certeza. Ele diz que espera por ela o tempo que for preciso. Daí já é possível imaginar. Mas, para aqueles que ainda não dão espaço aos sonhos, eu explico: uma semana depois, ela diz sim. Sim para o amor que cresceria, sim para as alegrias que compartilhariam, sim para a vida que ela sempre sonhou ter e que não pensava conseguir tão cedo, sim para as tristezas e vitórias do caminho que juntos trilhariam...

Dois anos depois, dois dias dos namorados juntos, dois aniversários dele, dois dela, um cachorrinho que já é quase um filhinho, planos que não são mais dele ou dela e sim dos dois juntinhos, idéias que os fazem perder o chão, abraços arrebatadores e beijos que selam um só amor, eles se preparam para tomar um passo maior...

(Continua...)

PS: Porque ele me faz bem, tão bem...

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"Eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor..."

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Originalmente postado aqui...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Das miudezas nossas de cada dia...



Nunca fui lá garota de sonhar com palácios e suas mil e uma escadarias de ouro, diamantes, esmeraldas e afins, até porque, desastrada que sempre fui, com certeza tropeçaria nos degraus chiquérrimos. Não queria (e continuo não querendo) uma vida cheia de apetrechos e coisas descartáveis e só palpáveis (daquelas que se tocam, mas são frias, que não transmitem emoção alguma).
Sou adepta das miudezas. Das miudezas que conseguem mudar vidas. Transformar histórias. Que fazem brotar sorrisos. Que arrebatam pensamentos e emoções. Sou sonhadora, de imaginar o dia em que a Ana Beatriz e o Gabriel virão. De imaginá-los curtindo as miudezas dessa vida. Sou adepta de uma vida repleta de sonhos. Sou adepta dos beijos longos de cinema ou daqueles rapidinhos (do estilo: "amor, não posso parar agora, estou correndo, sabe como é nosso trabalho, não posso dar muita atenção, mas te amo, não esquece!"). Dos abraços fortes que criam novos laços e nos fazem perder os embaraços. Sou adepta das declarações de amor, seja uma simples e intimista ao pé do ouvido ou uma aos berros, em alto e bom som, na velocidade máxima do carro com vidros abertos em plena cidade de São Paulo. Sou mesmo é adepta dos olhares bonitos, que transformam qualquer dia cinza em dia florido. Dos carinhos e cuidados. Das singularidades que todos os eternos amantes da vida possuem. Sou adepta dos poemas de amor, das poesias em prosa, das palavras, dos fatos que preenchem as manchetes, dos pequenos atos que nos fazem tão, tão felizes...

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Na foto: Miudezas. Simplicidade. Sonhos de um futuro.

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"O que me faz vencer é saber
Que os TEUS planos eu posso viver..."

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Lar, doce lar (e tudo que ainda virá)


O lar não será mais o mesmo. Nem o real, nem o virtual. Porque, afinal, tudo na vida muda. As palavras, os fatos, os atos, os sonhos (daqueles de guardar no travesseiro ou daqueles da padaria da esquina), a cama, a mesa, o banho, a companhia, os livros, os desejos e anseios. O que antes eu não queria, hoje eu desejo com bastante intensidade. O mundo dá voltas e se antes eu ficava tonta, hoje embalo nessa montanha russa com muita coragem, sorriso estampado no rosto, friozinho de borboletas no estômago e alegria (que é a melhor coisa que existe).

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"Sei que os TEUS planos são maiores do que eu..."

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Antigo endereço:
http://sarafc.zip.net